Quinta Feira – 22ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs21314569_1428694717215749_4890123937687723115_n
“Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede”.
Que bela confissão de Pedro, ele não foi falso ao assumir que já não acreditava mais. Quantos de nós também precisamos aprender de Pedro e dizer ao Senhor: Eu não acredito mais nesta pessoa, mas por causa da tua Palavra vou acreditar mais uma vez; eu não quero perdoar, mas por causa da tua Palavra perdoarei, eu não quero ir, mas por causa da tua Palavra irei, etc. Trata se de destacar aqui a obediência dos apóstolos ao mestre , exemplo que devemos imitar em todas as situações.
Precisamos urgentemente entender que a missão primeira da Igreja não é a preocupação com si mesma, sua estrutura e seu funcionamento, mas sim anunciar o Evangelho de Cristo e assim se fazer a verdadeira “Barca” onde estão os pescadores de homens navegar por mares as vezes revoltos, bravios e desconhecidos.
É preciso lançar as redes para águas mais profundas! Perguntemos em que águas andamos “pescando”; afinal tem muitos preferindo permanecer nos pesque pagues da vida.
Quem sabe assim também nos lançaríamos aos pés de Jesus e diríamos: “… sou um homem pecador; e ao mesmo tempo ouviríamos do nosso mestre: Não temas; doravante serás pescador de homens”.
O chamado dos quatro primeiros discípulos, André, Pedro, Tiago e João nos faz pensar que eles eram os profissionais da pesca e que o homem Jesus talvez pouco ou nada entendesse de pesca para dar palpites. Quantas vezes também não agimos assim em nossas pastorais ao receber orientação de alguém retrucando com chavões do tipo: quem ele pensa que é; eu fiz curso de especialização, mestrado, doutorado etc.; estou aqui há anos e ele que acabou de chegar já está querendo ensinar o Pai Nosso ao vigário.
O papa Francisco em sua homilia de 14/04/2013 nos diz: O anúncio de Pedro e dos Apóstolos não é feito apenas com palavras; a fidelidade a Cristo toca a sua vida, que se modifica e recebe uma nova direção, e é precisamente com a sua vida que dão testemunho da fé e anunciam a Cristo. Isto vale para todos: o Evangelho tem de ser anunciado e testemunhado. Cada um deveria interrogar-se: como testemunho a Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos outros Apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo a Deus?
É certo que o testemunho da fé se reveste de muitas formas, como sucede num grande afresco que apresenta uma grande variedade de cores e tonalidades; todas, porém, são importantes, mesmo aquelas que não sobressaem. No grande desígnio de Deus, cada detalhe é importante, incluindo o teu e o meu testemunho pequeno e humilde, incluindo o testemunho oculto de quem vive a sua fé com simplicidade nas suas relações diárias de família, de trabalho, de amizade. Existem os santos de todos os dias, os santos escondidos, uma espécie de classe média da santidade da qual nós todos podemos fazer parte.
Mas há também, em diversas partes do mundo, quem sofra – como Pedro e os Apóstolos – por causa do Evangelho; há quem dê a própria vida para permanecer fiel a Cristo, com um testemunho que lhe custa o preço do sangue. Recordemo-lo bem todos: não se pode anunciar o Evangelho de Jesus sem o testemunho concreto da vida. Quem nos ouve e nos vê deve poder ler nas nossas ações aquilo que ouve da nossa boca, e dar glória a Deus! Isto me traz à mente um conselho que São Francisco de Assis dava aos seus irmãos: pregai o Evangelho; caso seja necessário, também com as palavras.
Na carta colossenses o apóstolo Paulo fala da intercessão por aqueles que aderem a fé cristã. Devemos, portanto seguir este exemplo e interceder para nós e aqueles que se convertem para que possam se comportar de maneira digna do Senhor, serem confortados nas tribulações, terem paciência nas incompreensões e acima de tudo serem felizes e gratos ao nosso Deus por Ele ter nos arrancado do poder das trevas e nos introduzido no Reino de seu Filho muito amado, no qual temos a redenção e a remissão dos pecados.
Rezemos com o Salmista: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações. Por isso aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai! Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso rei! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Colossenses 1,9-14
Salmo: 97/98
Evangelho: Lucas 5,1-11