Quinta Feira – 21ª. Semana Comum

14117835_1053824988036059_3999649151502789081_nAmados irmãos e irmãs
“Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor”.
No jargão militar vigiar significa estar de prontidão, sempre pronto a atuar. Quem assim age não será surpreendido e nada o assustará. Jesus não fez este discurso para amedrontar, mas sim para revelar o mistério da salvação de Deus e motivar em cada um de nós um comportamento coerente com a fé e assim alimentarmos nossa esperança de forma que nossa espera não seja passiva, mas sim ativa no sentido de amar o próximo e lutar pela justiça, aí sim seremos convidados para participar da alegria do Reino.
A fidelidade que nos é solicitada se espelha na figura do servo fiel que é aquele que não precisa ser vigiado o tempo todo a fim de realizar tudo o que é da sua competência, é aquele que merece a confiança; portanto se trata de pessoa totalmente responsável por aquilo que faz.
Prudência significa agir com cuidado, procurando evitar todo tipo de erro, medindo os prós e contras de cada ação, principalmente daquelas que são consideradas pecado. Prudente é o homem que estuda as consequências de seus atos antes de praticá-los e isto não quer dizer covardia e medo, mas sim uma busca de maior consciência dos próprios atos, e especial aqueles que afetam diretamente a vida dos irmãos menos favorecidos.
São João Paulo II, papa em seu Testamento espiritual escreveu: Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Estas palavras recordam-me a última chamada, que acontecerá no momento em que o Senhor quiser. Desejo segui-lo e desejo que tudo o que faz parte da minha vida terrena me prepare para esse momento. Não sei quando Ele virá, mas, como tudo, também deponho esse momento nas mãos da Mãe do meu Senhor: “totus tuus”. Nas mesmas mãos maternas deixo tudo e todos aqueles com os quais a minha vida e a minha vocação me puseram em contato. Em suas mãos deixo, sobretudo a Igreja, e também a minha nação e toda a humanidade. A todos agradeço. A todos peço perdão. Peço também orações, para que a misericórdia de Deus seja maior que a minha debilidade e indignidade. (06/03/1979). Todos devem ter presente a perspectiva da morte. E devem estar preparados para se apresentarem diante do Senhor e Juiz, que é ao mesmo tempo Redentor e Pai. Também eu tomo isto continuamente em consideração, entregando este momento decisivo à Mãe de Cristo e da Igreja, à Mãe da minha esperança. Desejo mais uma vez confiar-me totalmente à vontade do Senhor. Ele mesmo decidirá quando e como devo terminar a minha vida terrena e o meu ministério pastoral. Na vida e na morte, “totus tuus”, pela Imaculada. Aceitando já agora esta morte, espero que Cristo me conceda a graça para a última passagem, isto é, a minha Páscoa. Espero também que a torne útil para esta causa suprema que procuro servir: a salvação dos homens, a salvaguarda da família humana e, nela, de todas as nações e de todos os povos (entre eles, o meu coração dirige-se de maneira particular para a minha Pátria terrena), ser útil para as pessoas que de modo particular me confiou, para a vida da Igreja, para a glória do próprio Deus (01/03/1980).
Na primeira carta aos Coríntios, a autenticidade da mensagem de Paulo é colocada sob suspeita e por isto ele reafirma ter sido chamado por vontade de Deus a ser apóstolo de Cristo Jesus. Paulo garante a fidelidade de Deus até ao fim e estas palavras são importantes também para nós, por vezes angustiados com as dificuldades que nos rodeiam e com a nossa própria fraqueza nos perguntamos se conseguiremos ser fiel até ao fim?
Rezemos com o Salmista: Narram todos vossas obras poderosas, e de vossa imensidade todos falam. Eles recordam vosso amor tão grandioso e exaltam, ó Senhor, vossa justiça. Amém.
Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia
1ª. Leitura: 1Cor 1,1-9
Salmo: 144
Evangelho: Mt 24,42-51