Quinta Feira – 15ª. Semana Comum

20Amados irmãos e irmãs
“EU SOU AQUELE QUE SOU. Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei”.
O “jugo” (ou fardo) era uma peça de madeira que se punha sobre o pescoço do animal para equilibrar o peso. Ocorre que os fariseus ao invés de equilibrar causavam sobrecarga.
Neste Evangelho Jesus chama a atenção dos fariseus de sua época e dos que hoje tem autoridade na Igreja para que não coloquem fardos pesados sobre os irmãos; se eles mesmos não carregam tais fardos. Jesus não quis abolir a lei; mas sim a hipocrisia daqueles que não cumpre a lei e exigem que dos outros o cumprimento.
Como podemos tornar o fardo dos nossos irmãos mais leve e suave? Para responder vamos lembrar o que nosso Papa Francisco disse
Na homilia da missa de inauguração de seu pontificado: “O centro da vocação cristã é Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação! Entretanto, a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por todas as criaturas de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e de cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus! Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para guardar, devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas e as más intenções: aquelas que edificam e aquelas que destroem. Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”!
Hoje em nossas comunidades o perigo de um ativismo exagerado onde perdemos a noção do que é mais importante e queremos fazer de tudo um pouco ou participar de três a quatro pastorais e grupos diferentes. Os sintomas de fardo pesado sempre aparecem: são as brigas pelo poder, a discussão, desentendimentos, falta de paciência. As maiores vítimas geralmente são as equipes de eventos e a música; apesar de que quase todos nós sofremos deste mal e nos esquecemos da oração ;nos esquecemos de que Jesus toma sobre si todas as dores, fadigas e sofrimentos. Ele se compadece de nós toma sua Cruz por primeiro para que façamos o mesmo. É Ele quem nos dá força para seguirmos em frente; é Jesus quem nos revela o “Eu Sou”. É Jesus que nos faz acreditar naqueles que Ele envia. É Jesus o nome que tem poder; é Ele o nome sobre todo nome.
Na leitura do livro do Êxodo Moisés insiste em, saber o nome de Deus. Sem perceber ele, Moisés, já prenunciava a força e o poder do nome do nosso Deus. Dizia o bom matuto que em uma conversa de mineiros a resposta seria: “Eu sou Eu uai”!
Qual é o significado disto? Significa quer o nosso Deus não usa máscaras e nem disfarces; Ele é Ele mesmo. O Deus de nossos pais que vem em socorro dos filhos oprimidos.
O interessante desta página da Sagrada Escritura é que o mais difícil para Moisés não seria vencer o faraó e seu exército; mas sim fazer os israelitas acreditar que ele Moisés era realmente um enviado de Deus.
Quantos hoje não são aqueles filhos e filhas de Deus que sofrem; que estão escravizados; mas não recorrem a Deus, se esqueceram d’Ele ou então não acreditam naqueles que o senhor enviou para realizar a libertação.
Rezemos com o Salmista: Deus deu um grande crescimento a seu povo e o fez mais forte que os próprios opressores. Ele mudou seus corações para odiá-lo, e trataram com má-fé seus servidores. Então mandou Moisés, seu mensageiro, e igualmente Aarão, seu escolhido; por meio deles realizou muitos prodígios e, na terra do Egito, maravilhas. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Êxodo 3,13-20 
Salmo: 104/105 
Evangelho: Mateus 11,28-30