Quinta Feira – 10ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs
Deus não se relaciona com quem não se relaciona com o irmão. Se Jesus é o único caminho que leva ao Pai; podemos dizer que só se chega a Jesus se passar pelo irmão.
Na comunidade costumamos dizer aos irmãos nos dias de jejum: Jejum sem oração é regime para emagrecer e nesta oração você oferece a Deus o seu jejum; porém saiba que Deus não vai aceitar teu jejum se ele foi feito com cara feia, palavras amargas, se ele foi feito com brigas e discussões com os irmãos. Assim também Ele não aceita nossa oferta ou qualquer outro sacrifício.
Ainda no Evangelho o proibido matar não pode e não deve ser entendido como somente o tirar a vida biológica (física); mas também todas as outras formas de morte como o ódio, a calúnia, injúria, exclusão social e mentira. São Tiago nos ensina a refrear a língua e diríamos que ela (a língua) é responsável, quando usada de qualquer jeito, por muitos males aos nossos irmãos. A mentira, a calúnia e a injúria que são proferidas pela língua têm levado a destruição de muitas famílias onde os pais se separam, brigas e contendas e até morte (física), tudo por causa de uma palavra proferida.
Quanto à validade do Primeiro Testamento em relação ao segundo Jesus deixou bem claro que um não abole o outro e diríamos que o primeiro é como semente e o segundo a flor e o fruto. A semente não é a flor e nem o fruto, mas a flor e o fruto contem toda a essência da semente.
Bento XVI, papa emérito em sua Homilia de 29/05/2005 nos diz: O Cristo que encontramos no sacramento é o mesmo aqui na Europa como na América, em África, na Ásia, na Oceania. É o mesmo e único Cristo que está presente no pão eucarístico em cada lugar da terra. Isso significa que só o podemos encontrar com todos os outros. Só o podemos receber na união. Não foi isso que nos disse o apóstolo Paulo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão (1Cor 10,17). A consequência é clara: não podemos comungar com o Senhor, se não comungarmos entre nós. Se nos queremos apresentar diante dele, temos também de nos dirigir ao encontro uns dos outros. É por isso que é preciso aprender a grande lição do perdão: não deixar que a nossa alma seja corroída pelo ressentimento, mas abrir o nosso coração à ampla escuta do outro, abrir o nosso coração para compreendermos o seu ponto de vista e, eventualmente, para aceitarmos as suas desculpas e o dom generoso das nossas. A eucaristia — repitamo-lo — é o sacramento da união; mas infelizmente os cristãos estão divididos, e precisamente no sacramento da união. Sustentados pela eucaristia, devemos sentir-nos cada vez mais incitados a tender com todas as nossas forças para essa união plena que Cristo desejou ardentemente no cenáculo (Cf Jo 17,21ss).
Na leitura do primeiro Livro dos Reis Elias anuncia a Acab o fim da seca, e o fim do jejum ordenado para obter a chuva depois de mais de três anos de seca, pela oração do profeta vem a chuva. Esta passagem inspira uma canção que diz: Eu vejo uma pequena nuvem do tamanho da mão de um homem. Mas este é o sinal que a tua chuva vai descer. Faz chover, faz chover. Abre as comportas dos céus e faz chover, faz chover. Abre as comportas dos céus.

Rezemos com o Salmista: Visitais a nossa terra com as chuvas, e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, e preparais o nosso trigo. É assim que preparais a nossa terra: vós a regais e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis e abençoais as sementeiras. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1Rs 18,41-46
Salmo: 64
Evangelho: Mateus 5,20-26