22º. Domingo Comum

Amados irmãos e irmãs14086279_1056412097777348_5267102889768984989_o
“Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir”.
Este versículo nos ensina o que é a verdadeira caridade, nisto consiste a beleza de servir a um Deus que nos convida ao desprendimento. Na Comunidade Missionária Divina Misericórdia conseguimos experimentar um pouquinho do que seja isto. Atender irmãos que nunca vimos e que sabemos que dali a pouco irão embora e nunca mais o veremos.
A virtude que o Evangelho deste domingo quer exaltar é a humildade; ocupar os últimos lugares, não querer se mostrar mais que os outros é sinal de humildade. Humildade não é medo e nem vergonha, mas sim simplicidade de coração. O grande sinal de humildade em uma pessoa é que ela não gosta de ser elogiada pelo que faz ou pelo que é. Os arrogantes e os orgulhosos impedem a partilha e a gratuidade do serviço fraterno. Eles buscam os holofotes sobre si mesmos, não se importando se os outros vão ficar no escuro.
Muitas vezes nos deparamos, em nossas Comunidades, com a arrogância, a prepotência, o abuso de poder, cargos e funções. Dizemos não aos mais simples, mas fazemos a chamada Pastoral da Amizade, dizendo sim aos que nos são convenientes.
Quando o Papa Francisco falou do clericalismo, referia-se aos nossos esmerados e queridos Agentes de Pastoral; que embora trabalhem incansavelmente, nem sempre são suficientemente humildes e acolhedores. Quando o Santo Padre falou de carreirismo, referia-se aos Ministros Ordenados que gastam suas energias na busca de poder, cargos, funções e prestígio, mesmo que, para alcançarem isso, tenham que “subir nas costas e às custas dos outros”.
Lembrem-se sempre que Deus oferece a glória não aos famosos e poderosos, mas sim aos fracos e humildes e com isto enche de dúvida o coração dos que são autossuficientes e prescindem de Deus.
Somos chamados a olhar para nossas comunidades onde quando temos um retiro para os trabalhos humildes que ficam quase no anonimato, não há disputas, ao passo que para estar lá na frente cantando, pregando ou coordenando não faltam candidatos.
Vemos disputas para estar em shows de padres famosos, para ter autógrafos etc., mas quando se trata, por exemplo, de fazer mais visitas aos enfermos, aos pobres, aos presos aí a coisa fica difícil.
É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição: “Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Se fazeis o bem aos que no-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim… Citamos aqui uma frase da beata Madre Teresa de Calcutá que dizia: “ As pessoas boas merecem nosso amor e as pessoas ruins precisam dele”!
Estamos no mês da Bíblia que a leitura orante e o estudo das Escrituras nos levem a aderir incondicionalmente ao projeto de Jesus Cristo.
Na primeira leitura do livro do eclesiástico nos é ensinado que só encontrará graça diante de Deus quem praticar a humildade. Esta é a sabedoria verdadeira, pois um coração humilde aceita a correção. Se você corrigir uma pessoa humilde ela te agradecerá e será tua amiga, ao passo que se você corrigir o orgulhoso ganhará um inimigo; pois ele não aceita correção. Cito aqui o exemplo de um bispo que recentemente ficou muito conhecido por todos; pois ele admitiu que se afastou dos fieis trocando as relações reais e pessoais pelas virtuais; ele bispo pediu o perdão e a oração de seus fiéis.
Na leitura da carta aos hebreus vemos que o autor sagrado nos fala de realidades que não são palpáveis; são realidades que não pertencem a este plano humano, mas que transcendem. Trata-se do aproximar da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; da assembléia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição a qual todos somos chamados.
Rezemos com o Salmista: Os justos se alegram na presença do Senhor. Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor: é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura. Amém.
Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia