Jubileu dos sem-teto, no Vaticano, dá destaque aos pobres

Os pobres serão os protagonistas no Vaticano neste fim de semana, no contexto do Jubileu das pessoas socialmente excluídas. Uma coletiva de imprensa ontem, 8, apresentou alguns detalhes do evento.

Nesta sexta-feira, 11, eles se encontrarão com o Papa Francisco na Sala Paulo VI. No dia seguinte, sábado, 12, participarão da audiência jubilar na Praça São Pedro, e no domingo, 13, da Missa presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro.

Os excluídos são o fruto da “cultura do descarte” que o Papa Francisco denuncia desde o início de seu pontificado. São os desfavorecidos, os sem-teto, os pobres, privados de tudo, começando por sua dignidade. Francisco os acolherá no Jubileu a eles dedicado que pretende ser uma mensagem direta a todos que olham para as pessoas excluídas com repugnância e desconfiança.

Presentes na coletiva de hoje, estiveram o porta-voz da Associação francesa “Irmão”, François Le Forestier, e o representante da Comunidade de Santo Egídio, Carlo Santoro.

“São as pessoas que encontramos aqui em Roma todas as noites, há vários anos. Aquelas que o Papa chama de ‘os descartados’. Muitas vezes a tentativa é a de evitar vê-los, enquanto a nossa tarefa é a de fazer esta cidade mudar de mentalidade. Desejamos também que, a partir de agora, com este Ano da Misericórdia, visto que o inverno e o frio se aproximam, sejam abertos dormitórios e lugares de acolhimento da parte de instituições e também de entidades e associações”, contou Santoro.

O representante da Comunidade de Santo Egídio disse que estão sendo esperadas centenas de pessoas em Roma por ocasião do Jubileu dos Excluídos e que há uma grande expectativa em relação ao Papa.

“Os excluídos sabem que o Papa é um grande amigo e que fez muitas coisas por eles. Este é o comportamento ao qual todos somos chamados: olhar as pessoas nos olhos, dar-lhes a mão, pois muitas vezes em nós prevalece o individualismo e a nossa pouca vontade de encontrar pessoas tão diferentes de nós. Na realidade, tornando-se amigo dos pobres se descobre quanto eles sejam parecidos conosco e quanto cada um de nós poderia se tornar pobre numa sociedade tão absurda em que se você não for mais produtivo é deixado de lado”.

Nesses três anos de pontificado do Papa Francisco, Carlo Santoro diz que já viu uma mudança na percepção das pessoas com relação aos excluídos, uma vez que o Papa nunca perdeu ocasião de falar dos pobres. “Este é um fenômeno em crescimento. Espero que esta onda boa que veio do Papa continue. Este seu amor, o colocar os pobres no centro da Igreja. Acredito que a ideia do Papa seja que cada um de nós pode fazer alguma coisa pelos pobres, mesmo se for pouco. Acredito que a Igreja e todos nós que fazemos parte dela somos chamados a ajudar os pobres que encontramos pelas ruas. Ninguém pode ficar de fora, cada um deve assumir sua própria responsabilidade”.

Por Canção Nova, com Rádio Vaticano