Festa do apóstolo São Barnabé

Amados irmãos e irmãs
Recebestes de graça, de graça dai!
A gratuidade no ministério é um testemunho necessário e cada vez mais raro. Quem recebe de graça, deve dar de graça, mas infelizmente o que vemos hoje são muitos pregadores que em nome do anuncio do evangelho fazem carreira profissional que rende milhões e isto é um verdadeiro contra testemunho.
O despojamento deve marcar a vida daquele que é enviado. Sua confiança não deve estar nos meios pelos quais a missão é realizada, nem sua segurança nos bens. Sua confiança e segurança devem estar naquele que os enviou e na sua palavra. A paz a ser oferecida é a paz do Messias, de Jesus Cristo Ressuscitado, paz que deve ser oferecida, mas não imposta e por isto Jesus diz que se não for aceita ela volta a ti.
Sonhamos com uma Igreja onde os fiéis conscientes possam com seu dízimo manter em tudo as necessidades materiais da Igreja e assim nada mais ser cobrado ou ter taxas. Não termos a impressão de venda do sagrado ou a famosa simonia.
Ao celebrarmos a festa do apóstolo Barnabé é preciso entender que o Senhor convoca para sua obra aqueles que não estão presos aos valores desta vida.
Barnabé significa “filho da consolação”. Ele foi um exemplo digno de ser seguido por todos. Simples, desprendido, deu provas de sua conversão quando vendeu sua herança para colocá-la aos pés dos apóstolos. Foi ele quem apresentou Paulo aos apóstolos e à igreja.
Na Igreja Primitiva não havia necessitado algum, pois os que tinham alguma coisa vendiam e depositavam a quantia aos pés dos apóstolos (At 4.34). Barnabé, como um homem convertido, não ficou de fora desta maneira de cooperar com a Obra de Deus (At 4.37). Vejam que ele teve não só a coragem de dizer sim, mas também dispôs de seus bens; isto é entrega total. Muitos hoje quererem servir a Deus desde que não precise dispor de nada e assim é comum vermos na Igreja de um lado a elite que não tem mais onde por seus bens e do outro a maioria injustiçada e sem nada.
Sabemos que a Igreja fez a opção preferencial pelos pobres, afinal esta é a opção feita pelo se seu fundador Jesus Cristo; mas aí nós perguntamos: Onde estão os pobres na Igreja?
A generosidade é uma característica que deve ser constante no crente, pois ela existe em função do insondável e constante amor de Deus para conosco. O apóstolo Paulo lembra isto aos crentes de Corinto, quando lhes pede que contribuam com suas ofertas em favor dos cristãos pobres da Judéia: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis”. Não há maior exemplo de amor do que este.
Na leitura dos Atos dos apóstolos vemos o envio de Barnabé até a Igreja de Antioquia onde se diz que ele era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé e que foi ao encontro de Paulo levando-o a Antioquia onde permaneceram por um ano instruindo àquela Igreja onde pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. O Espírito manda que os separe e lhes imponham as mãos e sejam enviados. Vemos aqui algo interessante e que traz tristeza a muitos missionários, ou seja, o missionário faz um trabalho edifica a comunidade e quando está tudo certinho ele tem que ir embora e começar do zero em terras estranhas onde não tem nada.

Rezemos com o Salmista: O Senhor fez conhecer a salvação e, às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel! Os confins do universo contemplam a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira. Alegrai-vos e exultai! Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso rei!

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 11,21- 26; 13,1-3 
Salmo: 97/98 
Evangelho: Mateus 10,7-13