FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

Quando perdemos Jesus ficamos preocupados como Maria e José? Maria e José o perdem fisicamente e nós hoje o perdemos espiritualmente quando nos entregamos deliberadamente ao pecado. Maria nos ensina o que fazer: procurá-lo imediatamente, pois tudo é nada sem Ele. Esta deveria ser a nossa atitude toda vez que o perdemos pelo pecado mortal. Para encontrá-lo não medir esforço e procura-lo no templo que é a Igreja deixada por Jesus onde encontraremos o sacramento da reconciliação.
Como autênticos judeus, Jesus e Maria costumavam ir anualmente visitar o Templo de Jerusalém. Era sempre uma alegria essa viagem e iam em caravanas como hoje muitos de nós vamos aos santuários em romarias. Jesus estava em idade de transição, ou seja, doze anos e então vale lembrar que Ele poderia estar junto a um grupo de crianças, com as mulheres ou com os homens, pois com doze anos já era um rapazinho e é justamente por isto que aceitamos a alternativa da perda de Jesus não por falta de zelo dos pais, mas por terem imaginado que estava em um desses grupos.
Ariel Álvarez Valdés, padre argentino nos diz algo interessante senão vejamos:
CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA
1. Jesus se perde em Jerusalém. Jesus morrerá em Jerusalém.
2. Jesus se perde na festa da Páscoa. Jesus morrerá na Páscoa.
3. Jesus se perde três dias. Ao morrer fica três até ressuscitar.
4. Jesus teve que “subir” da Galileia. Para morrer também.
5. Na angústia dos pais Jesus diz que a sua perda “é necessária”. Na angústia dos discípulos, Jesus diz que a sua morte “é necessária”.
6. Quando Jesus explica porque razão se “perdeu”, seus pais não compreenderam. Quando Jesus explica o porquê da sua paixão, os discípulos não compreenderam as palavras.
7. Quando se perde, Jesus repreende os seus pais: Porque me procuráveis? Na morte Jesus repreende as mulheres que o procuram: Porque buscais entre os mortos Aquele que vive?
8. Jesus diz que se perde para estar com o Pai. Ao morrer, entrega o seu espírito ao Pai. Jesus não brincou de ser homem; Ele verdadeiramente assumiu sua natureza humana!
É claro que Maria e José além do sustento material, como qualquer pai e mãe o educaram na fé e em outras áreas. Não caiamos no erro de achar que eles viviam como a gente vê nas imagens dos artistas; eles eram pessoas normais como nós. A Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas nem por isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus.
A família deve ser amada e estimada porque ela é o lugar do amor, da felicidade e da paz. Quando pais e filhos não se amam, a casa se torna hotel que é um lar de desconhecidos. Os hotéis se enchem de hóspedes que estão próximos apenas por causa das paredes, mas suas almas estão isoladas e fechadas. Sabemos dos grandes perigos que hoje sofrem algumas das nossas famílias: famílias feridas, quebradas, vivendo na pobreza e miséria, famílias angustiadas com dificuldades internas e externas, com preocupações no trabalho, dívidas, com dificuldade na educação dos filhos, com pais ausentes. Famílias atacadas pelo flagelo das drogas, do aborto, do divórcio com a guarda compartilhada de filhos.
No ano 1964 Paulo VI em Nazaré elencou 3 lições da Sagrada Família de Nazaré:
– Lição do silêncio. Renasça em nossas famílias a valorização do silêncio que traz paz espiritual; recolhimento, interioridade na vida pessoal e de oração que Deus vê secretamente. José e Maria ousaram silenciar e por isto ouviram a voz de Deus. Precisamos olhar o silêncio das pessoas aquilo que elas não falam, mas que diz muito. Para entender o silêncio do outro é necessário criar o próprio silêncio.
– Lição de vida domestica. Nazaré nos ensina o que é a família; a sua comunhão de amor na simplicidade, austeridade e caráter sagrado e inviolável.
– Lição de trabalho. Nazaré é a casa do “Filho do Carpinteiro”, da labuta humana do dia na dignidade do trabalho. Cremos que um grande conselho é fazer com que nossas famílias sejam alimentadas pelo Pão da Palavra e da Eucaristia.
Na primeira leitura do Eclesiástico vemos que honrar pai e mãe é um modo de viver no temor do Senhor, dentro da própria família. No AT, se modelava as famílias patriarcais onde a paz, os bens materiais e a descendência numerosa eram sinais da benção do Senhor. A obediência não era só sinal e garantia de benção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honrar a Deus nos pais.
Na segunda leitura da carta de são Paulo aos Colossenses nos é ensinado pelo apóstolo que viver no Senhor é uma maneira de criar relacionamentos saudáveis dentro de casa. Toda família passa por sofrimentos e dificuldades como crises financeiras, no trabalho, na separação, na emigração, no afastamento dos pais e outras dificuldades. Por tudo isto é que o apóstolo nos fala em suportar uns aos outros em nossas dificuldades. Suportar aqui significa ser suporte ser escora e se preciso for carregar um ao outro no colo.
Concluamos esta reflexão cantando o refrão desta canção que se tornou o hino das famílias:
Que nenhuma família comece em qualquer de repente
Que nenhuma família termine por falta de amor
Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente
E que nada no mundo separe um casal sonhador!
Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte
Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois
Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte
Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois.
Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!
Abençoa Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa Senhor, a minha também (2X)

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Eclesiástico 3,3-7.14-17 
Salmo:128 
2ª. Leitura: Colossenses 3,12-21
Evangelho: Evangelho: Lc 2,41-52