5º. Domingo da Quaresma

480918_1269584689793420_5303059891562369796_nAmados irmãos e irmãs
“Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?”
Neste Evangelho vemos o sétimo e último sinal que Jesus realiza. Não nos esqueçamos de que a finalidade dos sinais é nos conduzir à fé em Jesus Cristo. Dizer que se trata do sétimo sinal significa que ele é o maior de todos os sinais, a plenitude dos sinais. Os sete Sinais são:
1 – A transformação da água em vinho, em Caná – Jo 2, 1-10;
2 – A cura do filho do funcionário do rei – Jo 4,46-54;
3 – A cura do enfermo (paralítico) em Betesda – Jo 5, 1-9;
4 – A multiplicação de pães e peixes, Jo 6, 1-13;
5 – Jesus caminhando sobre o mar da Galiléia, Jo 6, 16-21;
6 – A cura do cego de nascença, Jo 9;
7 – A ressurreição de Lázaro, Jo 11, 1-46.
Quem era Lázaro? Um amigo querido, que junto com as irmãs Marta e Maria sempre hospedava Jesus. Uma comunidade que apesar de muito hospitaleira, era igual as nossas comunidades cristãs.
Tinha gente como Marta lembra-se dela? Aquela que era um “Pé de Boi” para trabalhar, e que se dava o direito de criticar a irmã, que não a ajudou nas tarefas em uma das ocasiões em que hospedaram Jesus.
Ao falar com Marta sobre ressurreição, diz o Catecismo: “Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Eu sou a ressurreição e a vida”. É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos, anunciando com isso sua própria ressurreição, que, no entanto será de outra ordem”.
O Papa João Paulo II disse que Jesus Cristo “está diante de nós e brada-nos como a Lázaro: Sai para fora! Sai para fora da tua enfermidade física e moral, da tua indiferença, da tua preguiça, do teu egoísmo e da desordem em que vives. Sai para fora do teu desespero e da tua inquietação, por que chegou o tempo prenunciado pelos profetas, o tempo da salvação, em que vou abrir os vossos túmulos, meterei em vós o meu espírito, a fim de vos restituir à vida ( Ez 37, 12-14). Cristo não quer que nos apodreçamos no sepulcro do pecado, pois “a glória de Deus é o homem vivente”, dizia Santo Irineu. Saiamos e veremos a luz, a vida e a ressurreição de Cristo. No sepulcro só existem vermes, escuridão, decomposição e morte. E Cristo é o Senhor da vida, e Ele quer nos fazer partícipes da sua vida divina e imortal.
Os “amigos” de Jesus experimentam a morte física; mas essa morte não é destruição e aniquilação: é, apenas, a passagem para a vida definitiva. Mesmo que estejam privados da vida biológica, não estão mortos: encontraram a vida plena, junto de Deus. A história de Lázaro pretende representar essa realidade.
Ao longo da nossa existência nesta terra, convivemos com situações em que somos tocados pela morte física daqueles a quem amamos e é natural que fiquemos tristes pela sua partida e por eles deixarem de estar fisicamente presentes ao nosso lado. A nossa fé convida-nos, no entanto, a ter a certeza de que os “amigos” não são aniquilados: apenas encontraram essa vida definitiva, longe da debilidade e da finitude humanas.
Quando estava para fazer o milagre, uma coisa Jesus não fez, ou seja, o que poderia impedir a saída de Lazaro era uma pedra e o mestre disse: “TIRAI A PEDRA”. Se não fosse removida aquela pedra, o milagre não teria acontecido. Se alguém não usasse da sua força e tirasse a enorme pedra que estava entre Lázaro e Jesus, nada teria sido feito.
Por vezes Jesus quer fazer um grande milagre na nossa vida, atender um pedido que tantas vezes fazemos, quer curar uma enfermidade, mas entre Ele e nós existe uma enorme pedra. Que pedra seria esta? Ali foi necessário que alguém tirasse a pedra e desatasse as ataduras.
Se não tirarmos a pedra e tomar uma atitude agora. Não veremos o poder de Deus manifestar em sua vida.
A maior pedra nos tempos atuais é a falta de fé; mas poderíamos enumerar muitas pedras que satanás tem colocado na vida de muitas pessoas.
Jesus não via Lázaro e nem Lázaro via Jesus, mas quando tiraram a pedra eles se olharam.
Faça agora uma análise e veja dentro de você e peça a Deus para tirar todos os entulhos que estão impedindo de vencer.
A primeira leitura do livro do profeta Ezequiel faz nascer em Israel a esperança de que existe uma forma de vida além desta vida. A promessa de que receberam o Espírito de Deus e terão vida nova.
A segunda leitura da carta aos Romanos o apóstolo lembra aos cristãos que, no dia do Batismo, optaram por Cristo e pela vida nova que Ele veio oferecer. Convida-os, portanto, a serem coerentes com essa escolha, a fazerem as obras de Deus e a viverem “segundo o Espírito”. A adesão a Cristo faz os homens livres das cadeias do egoísmo e do pecado e transforma-os em homens novos (cf. Rm 7,1-25); e é o Espírito (dado ao crente no batismo) que potencia essa vida nova.
Rezemos com o Salmista: A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora. Espera Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Ezequiel 37,12-14
Salmo: 129/130
2ª. Leitura: Romanos 8,8-11
Evangelho: João 11,1-45 ou 3-7.17.20-27.33-45