4º. Domingo do Tempo Comum

16387047_1205364042882152_2584417484423836123_nAmados irmãos e irmãs
Este sermão é o primeiro dos cinco discursos, em vista do anúncio do Reino dos Céus. O Papa Francisco diz que elas são o guia da rota, do itinerário, são a bússola da vida cristã. É o GPS sem o qual não podemos prosseguir na nossa vida cristã.
A 1ª. bem-aventurança é fundamento de todas as outras e diz: “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. A pobreza é uma pobreza em relação a Deus: diante de Deus, o homem encontra seu nada. É o nosso nada diante do tudo que é Deus, colocar-se totalmente nas mãos do Pai. Renunciar a si mesmo para que Deus seja tudo em nós. Este sermão é também conhecido como sermão da montanha enumera nove bem-aventuranças.
Os grandes Doutores comentam que Jesus, sempre que era cercado pela multidão, se apartava dela, retirando-se ou para um monte, para uma barca, ou para o deserto. Por que se afastava Cristo da multidão? Conforme São João Crisóstomo, “parece que Cristo quis evitar o ver-se envolvido pelas turbas, e por isso subiu a um monte, para falar especialmente a seus discípulos”. E ainda nos ensina: “Nisto de pregar sobre um monte e na solidão, e não na cidade, nem no fórum, ensinou-nos Jesus a nada fazer por ostentação, e separar-nos dos tumultos, principalmente quando convém discorrer sobre coisas necessárias”. Bem diferente da mentalidade cristã que domina os tempos atuais.
Hoje, infelizmente, os pregadores buscam a multidão, correm atrás dela, preferem a gritaria delas ao silêncio da oração e ao isolamento da humildade. Buscam prestígio, e, para isso, querem agradar a multidão, usa métodos demagógicos, calando e omitindo-se diante de suas paixões desregradas. Prestígio e fama são como a sombra: nunca se alcança, quando se corre atrás.
O Papa Francisco nos diz: “Somente quando se abre o coração a Deus é possível entender a nova lei que Ele traz: as bem-aventuranças. São os novos mandamentos, mas se não temos o coração aberto ao Espírito Santo, parecerão bobagens. Pois ser pobre, doce, misericordioso parece não levar ao sucesso.
O mundo tratou de fazer seu sermão da montanha, vejamos:
Jesus diz os pobres e o mundo diz: “felizes os que tem dinheiro – muito dinheiro…
Jesus diz os mansos e o mundo diz: “felizes os que respondem na mesma moeda
Jesus diz os que choram e o mundo diz: “felizes vós os que não tendes motivos para chorar, porque a vossa vida é sempre uma festa
Jesus diz os que tem fome e o mundo diz: “felizes vós que sabeis aproveitar e comer tudo do bom e do melhor.
Jesus diz os misericordiosos e o mundo diz: “felizes vós quando não se preocupam com os outros, cada um para si e Deus para todos.
Jesus diz os puros de coração e o mundo diz: “felizes vós quando sabeis mentir e fingir para levar vantagem.
As Bem-aventuranças são os degraus que levam a salvação e temos os três degraus que levam à perdição são: o apego às riquezas, porque eu não preciso de nada. O segundo é a vaidade. Quero que todos falem bem de mim, me sinto importante. O terceiro degrau: o orgulho, que é a saciedade e o coração fechado.
Na leitura de Sofonias diz que os humildes devem buscar no Senhor a sua força e esperança afastando-se do orgulho e da autossuficiência que é próprio dos ricos e dos poderosos. Os humildes se entregam nas mãos de Deus com confiança e acolhem com amor o projeto de Deus. Eles são justos e solidários com os irmãos mais necessitados. O resto de Israel será formado pelos humildes e pobres, que se entregarão nas mãos do Senhor, não cometerá iniquidades nem dirá mentiras.
Na 2ª. leitura da 1ª. Carta de Paulo aos Coríntios o apóstolo chama a atenção daqueles colocam a sua esperança e segurança em pessoas ou em projetos humanos e com orgulho julgam não mais necessitar de Deus, jogam todas as fichas na preparação intelectual, no êxito profissional, econômico e no poder político. Quando você se julgar indigno de uma missão na Igreja lembre-se desta passagem pois Deus escolhe aqueles que o mundo despreza e não acredita mais para assim confundir os que se julgam santos. A lógica de Jesus é não ter lógica.
Concluo lembrando o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry. A raposinha conversa com o pequeno príncipe, ela diz: “Se vens me visitar às 4 da tarde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às 4 horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! ”.
Nessas singelas palavras, podemos ver a imagem do nosso relacionamento com Cristo. Se Ele promete estar junto de nós, então desde já ficamos ansiosos e antecipamos a felicidade pois com Ele estaremos seguros e felizes. Se Ele diz que todos nós sofredores seremos consolados por seu amor, não desanimemos nunca! Perseguições? Haverá muitas, mas a presença de Jesus nos encherá de força inesgotável para vencê-las!
Rezemos com o Salmista: O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo. É o Senhor quem protege o estrangeiro. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Sf 2,3; 3,12-13
Salmo: 145
2ª. Leitura: 1Cor 1,26-31
Evangelho: Mt 5,1-12a