4º. Domingo Comum

Amados irmãos e irmãsdomingo
“Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali os ensinava aos sábados. Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade”.
O que significa ter autoridade? Lembramos aqui de um jargão popular onde uma pessoa diz a outra: “Você não tem autoridade para falar isto”. Esta expressão não significa ter cargos ou funções de comando, mas sim ter autoridade significa que quem fala faz o que fala. O fumante não tem autoridade para criticar ou aconselhar ninguém a parar de fumar; o adúltero não tem autoridade para pregar fidelidade no matrimônio; o corrupto e ladrão não tem autoridade para falar de honestidade.
Ouvir a palavra de Deus marca o início de um processo onde, ter fé será o próximo passo, mas é claro que não poderá ficar só nisso. Até o demônio conhecia Jesus e sabia muito bem quem ele era: o Santo de Deus. Olha que bela profissão de Fé! Entretanto, saber quem é Jesus e dizer isso com palavras, não é suficiente para experimentar o processo de libertação, é necessário fazer uma firme e corajosa opção por ele, não dando assim nenhuma chance para o mal, que insiste em nos dominar. Até satanás com palavras confessa que Jesus é o Santo de Deus.
O que fazia a palavra de Jesus digna de crédito era a sua coerência: o que ele ensinava para as pessoas ele realizava nos seu cotidiano. O ensinamento de Jesus, sua palavra, comunicava o Espírito; sua palavra era um sopro de vida.
Imaginemos hoje quantos são aqueles que mandam os outros jejuar, mas não jejuam, mandam os outros rezar, mas não rezam; pregam o recolhimento do dízimo, mas eles mesmos não recolhem; isto é falta de coerência e consequentemente falta de autoridade.
É bom cada um de nós fazer um exame de consciência para saber se fala com autoridade como Jesus ou não? Se esta próximo de Jesus no modo de viver e de tratar os demais?
Como discípulos, somos convidados a continuar a missão de Jesus e a sua luta contra os “demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem. É preciso percorrer o mesmo caminho e até mesmo dar a vida, por um mundo mais humano, mais solidário, justo e fraterno. Não podemos cruzar os braços e olhar para o céu, enquanto a vida de tantos inocentes é ceifada.
O “homem com um espírito impuro” ficou incomodado diante da presença de Jesus e nós devemos fazer com que se sintam incomodados os que lutam contra os valores do Evangelho ante a nossa presença. Apesar da incompreensão e da intolerância como discípulos missionários de Jesus não devemos nos trancar nas sacristias, mas sim assumir corajosamente a missão de transformar as realidades políticas, econômicas, sociais, familiares e porque não religiosas.
Na leitura de vemos que o profeta é alguém que Deus escolhe, chama envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens; por este motivo o profeta não pode ser arrogância e de autossuficiente, pois é apenas instrumento. Não existe concurso e nem prova para escolher um profeta
O testemunho profético não é passatempo ou tarefa para as horas vagas; é preciso empenho absoluto e ininterrupto; pois o inimigo jamais descansa. O profeta não pode utilizar a missão em benefício próprio ou ceder à tentação de se vender aos poderosos por um punhado de dinheiro.
Na primeira carta aos coríntios o apóstolo Paulo nos indica a questão da ética sexual e seus extremos: o laxismo onde tudo pode e desprezo absoluto pela sexualidade (tendências platônicas). Paulo apresenta o caminho equilibrado como ideal condenando todas as formas de desordem sexual, defendendo o valor do matrimônio e do celibato. Hoje mais do que nunca precisamos repensar nossas prioridades e a não deixar que as realidades transitórias impeçam um verdadeiro compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
Rezemos com o salmista: Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos a Deus, nosso Salvador. Vamos à sua presença e dêmos graças, ao som de cânticos aclamemos o Senhor. Amém.

 

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 

Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Dt 18,15-20

Salmo: 94 (95)
2ª. Leitura: 1 Cor 7, 32-35
Evangelho: Mc 1, 21-28