30º. Domingo Comum

domingoAmados irmãos e irmãs
“Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador”!
O grande ensinamento desta bela página do Evangelho é de que o caminho que agrada a Deus é o da humildade. Lembramos aqui das palavras de nosso papa Francisco que disse: Diante de Deus a única certeza que tenho e que posso dizer é: Eu sou um pecador!
“A boca proclama aquilo do qual o coração está cheio”. Se o nosso coração estiver cheio de arrogância, orgulho etc. com certeza iremos fazer uma oração como a do fariseu. Estaremos querendo demonstrar confiança em nós mesmos porque nos julgamos justos, e desprezamos os outros. Só o que vem de nós pode agradar a Deus tudo o mais está perdido.
A oração do orgulhoso se resume a contar vantagem ou como diziam os antigos “arrastar papo”. Com certeza você já deve ter ouvido na comunidade aquelas pessoas que dizem: Eu não perco uma missa, rezo o terço todo o dia, sou casada na Igreja, tenho todos os sacramentos e julgo que devo ter preferência de Deus em relação a esta fulana que fez isso e aquilo. É o estar sempre rezando pela conversão do outro, mas não se converte.
Outra coisa que devemos vigiar para não fazer é denunciar em oração o pecado dos outros; principalmente em oração comunitária. Às vezes todos sabem o problema que uma pessoa está passando e não precisamos expô-la ainda mais.
Encontramos também muitos que agradecem a Deus porque a desgraça aconteceu com o outro. Imaginem uma oração assim: Senhor eu te louvo e agradeço porque o caminhão desviou no poste e não bateu na minha casa acertando a casa do vizinho. Como eu sou fiel os meus filhos foram salvos e o vizinho que não é fiel teve os filhos mortos. Desprezar os outros corresponde a desprezar a Deus. Confiar na própria justiça significa dispensar a ajuda divina, pois o soberbo basta a si mesmo.
Por outro lado o coração humilde agrada a Deus, pois na medida em que reconhecemos nossas limitações estamos justamente reconhecendo a grandeza de Deus que é tudo em todos. Na sua imensa bondade e misericórdia, é Deus quem nos salva. Reconhecer-nos na nossa miséria diante de Deus, eis a verdadeira oração!
Na leitura do livro do Eclesiástico apendemos que a oração do humilde penetra as nuvens, o nosso Deus fica ao lado dos pobres das viúvas e dos órfãos. Isto nos leva a tomar uma atitude de estar também ao lado destes que Deus escolheu e assim estaremos junto ao nosso Deus fazendo o seu reino acontecer. Bom também é sempre lembrar que Deus não faz acepção de pessoas; Ele trata a todos como filhos e filhas muito amados. Do coração atribulado Ele está perto e conforta os de espírito abatido. Quantas e quantas vezes nós é que estamos atribulados com o espírito abatido e Ele vem nos socorrer.
Na leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo o apóstolo Paulo faz como que um resumo de sua caminhada na missão e se considera pronto para a partida. Alega que quando preso todos o abandonaram; porém Deus não o abandonou. Aqui nesta leitura aparece uma das citações mais belas de Paulo e que deve ser a de todos nós quando o justo juiz nos chamar: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição”.
Rezemos com o Salmista: Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem. Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Eclesiástico 35; 15-17. 20-22
Salmo: 33/34
2ª. Leitura: 2 Timóteo 4,6-8.16-18
Evangelho: Lucas 18,9-14