24º. Domingo Comum

14322718_1067338093351415_3441880704602663987_nAmados irmãos e irmãs
“Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado”.
A misericórdia faz imperar a alegria! A alegria da reconciliação. No perdão há dupla alegria: de quem perdoa e de quem é perdoado.
Quando o filho pródigo volta para a casa do pai será que o faz por saudade e desejo de mudar de vida ou simplesmente porque estava com fome, sujo ou doente e necessitava de apoio? Não importa o que te faz voltar a casa do Pai , Ele não quer nem ouvir , só quer te abraçar.
Antes de refletirmos sobre esta pergunta necessário é refletir sobre o motivo que leva um filho a sair de casa. Às vezes nós cristãos achamos que os que não conhecem a Deus e a sua verdade, são mais felizes porque fazem muitas coisas, sem se importar com a ética, moral, doutrina da Fé e tudo mais; ao passo que nós somos como que impedidos de curtir a vida. Cremos que este seja o principal motivo que faz com que muitos abandonem a fé.
Quanto à pergunta vemos claramente que a volta para a casa do pai, não é por consideração a ele ou por amor, mas simplesmente para satisfazer as necessidades; veja que o filho até propõe ser como um dos empregados, pois sabe que os empregados teriam os bens necessários a sobrevivência mesmo que não tivesse o amor de pai.
Quando a gente volta para a casa do pai descobrimos o quanto Ele nos ama e isto através dos seus abraços e beijos, da sua incontida alegria.
A atitude do pai provoca a reação surpreendente do filho mais velho: a raiva e a recusa de participar da festa. Nas nossas comunidades reações como esta do filho mais velho são mais que corriqueiras. Vejam por exemplo aqueles agentes de pastoral que estão ali dando o sangue por anos a fio e de repente ele vê aquele agente que abandonou a Igreja, que adulterou, roubou e ate matou e este retorna e é acolhido pelo padre que em breve o restitui nos cargos, funções e ministérios. O agente antigo logo diz: “Eu que estou aqui há anos não recebo nenhum agradecimento, agora este aí que cometeu pecados gravíssimos volta e é tratado assim”. Até parece que estas pessoas querem se salvar sozinhas, querem continuar sendo filho único!

Olhemos para as três parábolas chamadas de parábolas da misericórdia: a da ovelha perdida (Lc 15, 3-7); a da moeda de prata perdida (Lc 15,8-10); e a do pai misericordioso que é mais conhecida como a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32).

Quem de nós que já não se sentiu como a ovelha perdida? Não só pelo pecado, mas tantos problemas da vida tais como doença, dívida, relacionamentos em crise, desemprego etc. Que alegria: nestes momentos Deus continua nos amando do mesmo jeito, seja o que acontecer Ele é nosso Pai que nos ama.

Em comunidade poderíamos pensar assim:
– A ovelha que se perde: é a que se deixa seduzir, vai embora sozinha e neste caso o pastor vai buscar.
– A dracma é moeda que não sai do bolso sozinha, significa quando nós expulsamos o irmão da comunidade.
– A do filho prodigo, a ovelha também vai sozinha, mas o que se quer destacar é o retorno, a volta uma vez que aqui ninguém vai procurar, mas ela volta sozinha; pois se convence de que a casa do Pai é o seu lugar.
Quem é este pai, este pastor e esta mulher? Não será Deus o Pai, Cristo o pastor e a Igreja a mulher?
– Cristo, que tomou sobre si os teus pecados, carrega-te no seu corpo; como pastor, traz-te de novo ao rebanho.
– a Igreja como mãe te procura.
– Deus como Pai acolhe torna a vestir-te.
Primeiro a misericórdia (Jesus é o rosto misericordioso do Pai) o Redentor que auxilia; depois o socorro a Igreja socorre nas palavras do Papa Francisco ela deve ser como um hospital de campanha. E por último a reconciliação, o abraço carinhoso de um Deus que não se cansa de ser Pai e de nos colocar roupa nova. A ovelha cansada é trazida pelo pastor (Jesus), a dracma perdida é encontrada pela Mulher (Igreja), o filho regressa pelo seu pé para junto do pai, e retorna plenamente, arrependendo-se do seu desvario.
Na primeira leitura do livro do Êxodo vemos que Moisés já quase que num ato de desespero invoca os antepassados em favor do povo ao dizer: “Lembrai-vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos servos, aos quais jurastes por vós mesmo de tornar sua posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e de dar aos seus descendentes essa terra de que falastes, como uma herança eterna”. A grande lição desta passagem é que quando cairmos na tentação de fabricar nossos “bezerros de ouro”; possamos ante nossa fraqueza lembrar e pedir a intercessão daqueles que antes de nós souberam amar e servir a Cristo e para isto ninguém melhor que Nossa Senhora e os santos de Deus.
Na segunda leitura da primeira carta de Paulo a Timóteo nos é ensinado que o apóstolo alcançou misericórdia justamente por causa da ignorância e aqui lembramos quando falamos de tantas e tantas pessoas que hoje praticam o mal porque ninguém lhes anunciou o Evangelho, vivem na ignorância.
Cantemos
Alô meu Deus, fazia tanto tempo que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus, senti saudades tuas e acabei voltando aqui.
Andei por mil caminhos e como as andorinhas,
Eu vim fazer meu ninho em tua casa e repousar.
Embora eu me afastasse e andasse desligado,
Meu coração cansado resolveu voltar.
Eu não me acostumei, nas terras onde andei.
Eu não me acostumei, nas terras onde andei.
Alô meu Deus, fazia tanto tempo que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus, senti saudades tua e acabei voltando aqui.
Gastei a minha herança, comprando só matéria,
Restou-me a esperança de outra vez te encontrar.
Voltei arrependido, meu coração ferido.
E volto convencido que este é o meu lugar.
Rezemos com o Salmista: Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado. Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Êxodo 32,7-11.13-14
Salmo: 51
2ª. Leitura: 1 Timóteo 1,12-17
Evangelho: Lc 15,1-32