13º Domingo do Tempo Comum

13482994_1012894565462435_8930083804465143638_oAmados irmãos e irmãs

“Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente”. O tempo chegou e isto precisava ser compreendido pelos discípulos de outrora assim como por cada um de nós nos tempos atuais.

Trata-se de uma viagem sem volta, a vida é realmente uma peregrinação ou uma viagem. Somos a Igreja peregrina e nela não existe marcha a ré. Nascemos e morremos uma única vez como aprendemos na parábola de Lázaro e do homem rico. Não dá para nascer novamente e voltar para terminar a obra que não acabamos.

“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”. Às vezes em diversas decisões em nossa vida não sabemos o que nos espera e tão logo descobrimos que nem tudo era como imaginávamos temos a tentação de voltar atrás e de abandonar tudo. Muitos são os que aceitam Jesus, mas ao perceber o peso da Cruz abandona, fica a olhar para o passado e resmungar e hoje Jesus está a nos alertar que não seremos dignos de seu reino se assim procedermos.

Jesus Cristo jamais ofereceu aos seus e nem estaria a oferecer a nós hoje o caminho fácil sem perseguições, doenças e tantas outras tribulações. Tem muita gente que contribui com o dízimo não para fazer o reino acontecer, mas para ter recompensa maior.

Aos que querem segui-lo Jesus pede grande disponibilidade de tempo, disposição de assumir a pobreza e de não contar se quer com lugar para recostar a cabeça.

O radicalismo que o Evangelho pede não deve ser encarado como dificuldades que você cria como se autoflagelar, trancar-se em quarto escuro, alienar se do mundo, etc. O radicalismo pedido é assumir os sofrimentos necessários para fazer o reino acontecer. Por exemplo, uma coisa é passar fome porque quis fazer o jejum para parecer piedoso e outra é passar fome porque deu aos pobres o que tinha para comer. Portanto, o Mestre não aceitava adaptar o discipulado à conveniência de seus seguidores.

Durante esse caminho Jesus vai instruindo a comunidade dos discípulos e hoje a Igreja caminha sendo assistida e instruída pelo Espírito Santo que Ele nos enviou

Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los? Este era o pensamento dos discípulos e de muitos de nós ainda hoje para com aqueles que não nos aceita. Jesus repreendeu lá e repreende cá.

Os homens querem punição e morte, enquanto Deus quer misericórdia e vida. A inimizade e o ódio entre samaritanos e judeus que originalmente é de tipo racial se torna política e religiosa. O caminho habitual da Galiléia para Jerusalém passa por Samaria e aí precisamos entender que nosso caminho por vezes passa pelo caminho do outro que não comunga do mesmo ideal. A intolerância não os permitia encontrar outro caminho que não fosse o caminho da violência.

A reação de Tiago e João pode ser vista em muitas religiões atuais que não os que pensam, atuam ou vivem de forma diferente. Como cristãos temos que respeitar os demais e fazer possível a paz entre as religiões.

O único fogo que podemos pedir para amigos e inimigos é o fogo que Cristo traz do céu; não o que queima e elimina pessoas, mas aquele que ilumina e purifica o mundo. É o fogo do Espírito Santo. É o fogo de amor, tão cantado por Santa Teresinha de Lisieux

Na leitura do primeiro livro de Reis vemos Elias passar perto de Eliseu e lançar sobre ele o seu manto. Deus para agir na história da humanidade lança mão de homens e Eliseu (discípulo de Elias) é o homem que escuta o chamado de Deus e corta radicalmente com o passado e parte generosamente ao encontro do plano que Deus tem para ele. É sempre bom ter em mente que se possível devemos destruir tudo aquilo que pode fazer com que um dia voltemos a condição anterior.

Na leitura da Carta de Paulo aos gálatas lemos que: É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão. Esta chamada de atenção é muito propicia para os dias de hoje uma vez que muitas vezes nos esquecemos de que Deus nos libertou não para que fôssemos nos colocar sob o jugo da escravidão de qualquer espécie.

Rezemos com o Salmista: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de vós! Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1Rs 19,16b.19-21
Salmo: 15
2ª. Leitura: Gl 5,1.13-18
Evangelho: Lc 9,51- 62